A recente crise hídrica e energética que o Brasil tem passado, os esquecidos desastres ocasionados pelas chuvas em Angra dos Reis e Teresópolis no Rio de Janeiro, tem como um ponto comum um velho problema que até hoje não foi solucionado: o crescimento desordenado das cidades.

Infelizmente o Brasil e principalmente as metrópoles tem graves problemas de habitação, o que leva o surgimento de núcleos urbanos e a expansão do tecido urbano para áreas de proteção permanente, nas áreas de mananciais e rurais, o que traz os vários problemas ambientais e para a saúde da população e todos os anos assistimos isso na televisão.

Uma figura muito interessante que mostra um pouco desse quadro é a que mostra a transformação da cidade do Rio de Janeiro desde o tempo do descobrimento pelos portugueses até o século XXI. Podemos ver que mesmo sendo uma ilustração, mostra que ao longo do tempo a cidade pacata se transformou em uma metrópole caótica, suja e cheio de problemas ambientais.

Fonte: Prefeitura do Rio de Janeiro 

Dados do IPEA mostram que em 1970, 56% dos brasileiros moravam em áreas urbanas.Hoje são 80%.Até 2050, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), pode chegar a 90%.

O grande problema é que apesar de todos esses dados, vemos a pouca ou a ausência de iniciativas para melhorar a gestão e o planejamento urbano. Nós tiramos essa conclusão ao ver que praticamente não há sistemas que monitoram o crescimento urbano e a utilização de técnicas que permitam obtenção desses dados ainda é incipiente nos órgãos públicos.

Uma metodologia que já possível de se obter dados sobre expansão das áreas urbanas é a extração de feições urbanas a partir de imagens de satélite por meio da classificação de imagens baseada em Objetos. (GEOBIA). Atráves dela é possível por meio de uma série temporal de imagens acompanhar o crescimento da mancha urbana de forma praticamente automatizada e com confiabilidade. Esse tipo de informação pode ser muito útil para se analisar a direção que urbanização em uma cidade caminha, quais as áreas tem seu uso alterado e até mesmo coibir a grilagem de terras.

Portanto existem ferramentas que podem melhorar nossa qualidade de vida, basta a vontade política e maior disseminação e aplicação das geotecnologias nos setores competentes.

Fonte: Graltec

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