O quê você precisa saber sobre oportunidades de estágio na área de Geoprocessamento
Sabemos que nos últimos tempos a demanda por serviços de geoprocessamento vem crescendo no Brasil. Mesmo em períodos em que houve desaceleramento da economia como a Crise Internacional que ocorreu em 2008 e a possível recessão econômica que possa vir a ocorrer no país em 2015 conforme as notícias do jornal, as geotecnologias e a Informática como um todo teve menor vulnerabilidade, devido ao fato dela servir justamente para otimizar recursos e reduzir custos de tarefas.
Existem empresas que anunciam vagas para Estagiário de Geoprocessamento, em geral solicitando curso universitário em andamento e conhecimento de pelo menos 1 Sistema de Informação Geográfica (SIGs). Nesse sentido, irei responder a essas perguntas dos candidatos a estágio em público, e dou aqui o meu mais sinceros conselhos e dicas:
1 – O quê fazer quando a empresa pede conhecimento do SIG “A” mas eu só sei usar o “B” ?
Os SIGs podem ser diferentes, mas no fundo são todos primos entre si, ou mesmo irmãos. Enfatize o seu conhecimento do SIG “B” e fale sobre aquilo que você foi capaz de fazer até o momento empregando vetores, imagens raster, tabelas e ferramentas.
2 – Por quê me chamaram para uma entrevista, sendo que não havia nenhuma menção no currículo sobre conhecimento de Geoprocessamento ou SIGs ?
Se te chamaram, é porque o seu currículo deve ter outras informações “indiretas” sobre a sua capacidade geral de aprendizado. De qualquer forma isso é um ótimo sinal tanto da empresa que não é tão metódica ao escolher candidatos a estágio, quanto a você porque se interessaram em outros tipos de informação.
3 – O quê seriam essas informações “indiretas” ? Como dar ênfase a isso no currículo ?
Em geral trata-se de conhecimentos de informática. Vou colocar em ordem de prioridade aquilo que acredito ser o mais requisitado pelas empresas, além claro do conhecimento de SIGs:
1: AutoCAD
2: Photoshop e outros programas de design;
3: Excel e Access;
4: Word e Power Point;
5: Internet.
Além dessas, os gestores da empresa podem se interessar por outras informações como: A faculdade e curso que você frequenta ; outros conhecimentos ligados a um projeto deles ; outras experiências profissionais e até mesmo gostos e peculiaridades. No meu caso, quando fiz minha entrevista de estágio uma das poucas perguntas que fizeram foi “Por quê você sabe falar húngaro ?”.
4 – Existem muitas vagas que pedem conhecimento de geoprocessamento na minha área, mas a faculdade não ensina nada.
A sua faculdade não é o único lugar do mundo onde você possa aprender algo, apesar de ser frequentemente o principal na época universitária. Existem outros lugares e meios de se aprender isso, um deles é a própria Graltec.
5 – Entrei num estágio e estão me pedindo operações muito complexas para fazer nos SIGs.
De acordo com o primeiro artigo da Lei Federal n. 11.788/2008, o estágio é:
“ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparaçãopara o trabalho produtivo (…)”
Se o estágio é supervisionado e visa a sua preparação, cabe a seu chefe ou qualquer funcionário da empresa a te dar suporte. Por mais desafiadora e sedutora que a empresa possa ser, ela deve atender ao seu “socorro”.
6 – Aprendi a usar um SIG mas não tenho um certificado comprovatório. Como mostrar isso num currículo ?
Simples. Para comprovar o seu conhecimento, basta descrever no seu currículo em umas 3 linhas o quê você sabe fazer com este SIG, para mostrar a seu possível futuro chefe que a conversa é de “sargento para sargento”.
7 – Sempre exigem experiência prática na área de Geoprocessamento e eu não tenho nenhuma.
Infelizmente muitas empresas possuem esse fator limitante de não quererem ensinar nada a nenhum funcionário novo, nem mesmo a um estagiário. No entanto, algumas delas são mais flexíveis e não possuem esse rigor, favorecendo candidatos que possuam outras características interessantes. Encontrar uma empresa interessante é que nem encontrar o amor: não há lugar nem horário, simplesmente acontece (desde que você procure).
Caso o tempo passe (algumas semanas ou poucos meses) e você acredite realmente ser necessária a experiência prática, veja em sua universidade alunos e professores que possam te dar um suporte nisso e participar de projetos, mesmo que gratuitamente (nesse caso, focando no curto prazo).
8 – Tenho experiência em geoprocessamento, me candidato às vagas e nunca me chamam.
Isso deve acontecer por vários motivos: formatação e informações do currículo ; apresentar o currículo “tarde demais” ; experiência muito maior que a exigida pela empresa ; ou mesmo algum possível preconceito contra o curso que você faz ou faculdade onde estuda, dentre outros preconceitos (infelizmente) mais baixos. Neste caso, certifique-se de no mínimo:
– Deixar claro no currículo que você possui SIM conhecimento em geoprocessamento, citando não só o programa mas tipos de mapeamento que você já fez e dados com os quais trabalhou. Peça para outras duas pessoas conferí-lo para ver se está claro. Se você sabe “demais”, coloque de menos então, desde que seja o suficiene para a vaga;
– Rever a formatação do currículo (quantidade de informação, tamanho da letra, espaçamento, etc.);
– Cortar a pretensão salarial. Em currículo para estágio não é recomendável, mas isso deve ser dialogado na entrevista caso você acredite ter bom conhecimento da área e mereça mais.
9 – A empresa oferece vaga para profissionais da formação “A”, mas sou da formação “B” e preencho os requisitos da vaga.
Candidate-se à vaga e reze pelo bom senso da empresa para que percebam que hoje em dia o Geoprocessamento não se restringe a uma única área do conhecimento. Se não chamarem para entrevista, siga em frente.
10 – Que dicas você pode dar para a hora da entrevista ?
Procure reconhecer o perfeito equilíbrio entre falar e ouvir. Quando falar de conhecimento específico sobre Geoprocessamento ou assuntos correlatos, apresente os detalhes (experiência, pessoas, projetos de que participou, o quê você já fez num SIG e em outros programas, etc.), sem cansar o entrevistador. É conhecimento geralmente imprescindível de um estagiário de geoprocessamento:
1 – Editar vetores;
2 – Manipular tabelas editando e cruzando dados alfanuméricos;
3 – Entender o DATUM e as coordenadas, principalmente a diferença entre as geográficas (angulares) e UTM (métricas);
4 – Georreferenciar vetores ou rasters;
5 – Fazer o layout de um mapa (título, legenda, flecha norte, etc.);
6 – Saber ferramentas básicas, principalmente: União, Merge, Intersecção, Buffer e Join Table.
7 – Conhecer os formatos de arquivo shapefile (.shp) e geotiff (.tif)
Caso perguntas mais específicas sejam feitas e você não saiba do que se trata, não se preocupe em dizer “eu não conheço esse assunto”. Melhor ser sincero que inventar abobrinha.
Além disso, invista no pessoal: roupa bacana, postura reta, pontualidade, voz clara, interesse na empresa, banho tomado e dentes escovados … (agora pode rir).
Fonte: Graltec Treinamentos