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Como funciona um aterro sanitário e a que tipo de resíduos se direciona?

A disposição dos resíduos sólidos urbanos é um desafio atual, sobretudo para os municípios. Não se trata apenas de dar uma correta destinação aos mesmos, mas, também é preciso encontrar soluções para o problema real que é pautado em três questões fundamentais:

1. Minimização dos resíduos produzidos – através da sensibilização para uma mudança de hábitos de consumo;

2. Valorização dos materiais que podem ser reutilizados nas indústrias através do processo de reciclagem ou na agricultura orgânica através da compostagem – minimizando assim a retirada de matéria-prima e energia gasta na fabricação de produtos – e;

3. Correta destinação dos chamados rejeitos, ou seja, os resíduos sólidos urbanos que não se enquadram nas opções anteriores.
Para que estas premissas de concretizem, a solução mais viável economicamente é a implantação de aterros sanitários em conjunto com a coleta seletiva.

Mas, afinal, o que é um aterro sanitário?
Um aterro sanitário é um local de destinação final dos rejeitos de origem humana, de base doméstica, comercial, de alguns serviços de saúde e determinadas indústrias.

Resumidamente, a base do aterro sanitário deve ser constituída por uma camada de solo compactado (para evitar o vazamento de material líquido e consequente contaminação do lençol freático), acima deste solo deve vir uma camada impermeável de polietileno de alta densidade – P.E.A.D, seguida de um sistema de drenagem de chorume que deve ser tratado e reinserido ao aterro, causando assim uma menor poluição ao meio ambiente.

Seu interior deve possuir um sistema de drenagem de gases que possibilite a coleta do biogás (constituído por metano – CH4, gás carbônico -CO2, vapor d’água, entre outros) formado pela decomposição dos resíduos. Estes efluentes gasosos devem ser PREFERENCIALMENTE beneficiados na produção de energia, caso não seja possível, podem ser queimados na atmosfera. A produção e utilização do biogás tem como recompensa financeira a compensação por créditos de carbono ou CER’s do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, conforme previsto no Protocolo de Quioto.

Por fim, sua cobertura é constituída por um sistema de drenagem de águas pluviais, para que não haja a infiltração da água da chuva no interior do aterro, normalmente constituído por uma camada de argila compactada.

Um aterro sanitário deve também possuir um sistema de monitoramento ambiental periódico – para se verificar as condições do solo e das águas subterrâneas – e pátio de estocagem de materiais.

Na figura a seguir (Figura 1), será mostrada a configuração básica de um aterro sanitário destinado à disposição de resíduos sólidos urbanos, provenientes de uso doméstico, varrição de vias públicas, comércio e alguns tipos de indústrias que se enquadrem nessas classificações:

aterro sanitário

Um fato importante sobre os aterros está ligado ao tipo de resíduo que deveria ser disposto no mesmo. Ao contrário do que a maioria dos aterros recebem, pela legislação brasileira, representada sobretudo pela Lei do Saneamento Básico (Lei n°11.445/2007) e pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei n°12.305/2010), este tipo de empreendimento deveria receber em seu interior apenas REJEITOS.

Pela definição da própria lei citada acima, resíduos são considerados rejeitos quando todas as possibilidades de reaproveitamento ou reciclagem forem esgotadas e não houver solução final a não ser encaminhá-lo a um aterro sanitário licenciado ambientalmente ou à incineração. Isto é uma questão ambiental importante, pois deveria incentivar a compostagem de materiais orgânicos que podem ser utilizados como adubos na agricultura e de a reciclagem dos resíduos secos, que diminuiria a quantidade de matéria-prima retirada e a energia gasta para produzir determinados produtos, mas, é também uma questão econômica, pois cada vez que resíduos que poderiam ser reaproveitados vão parar nos aterros sanitários, a vida útil do mesmo, diminui.

Assim, faz-se necessário que o projeto de aterro venha ligado com o plano de gerenciamento de resíduo sólido do município onde será implantado, para que a coleta seletiva dê a destinação correta ao que pode ser reutilizado em outros contextos antes de irem para a destinação final de um aterro sanitário. O Brasil perde mais de 8 bilhões de reais por ano co

Outro importante ponto a destacar sobre os aterros sanitários é o reaproveitamento de energia

m a destinação incorreta dos resíduos conforme exemplificado acima.
Outro importante ponto a destacar sobre os aterros sanitários é o reaproveitamento de energia produzida pelo biogás – o qual quase nunca é levado em consideração – que gera créditos de carbono e, consequente ganho econômico – além de desafogar o sistema de geração de energia elétrica produzido pelo método hídrico. Um simples aterro pode gerar energia suficiente para abastecer diariamente uma população de mais de 300 mil habitantes.
Assim, tem-se que um aterro sanitário devidamente certificado é uma solução viável e importante na questão da destinação dos resíduos urbanos, mas, é necessário que se faça um uso adequado do mesmo, por questões de cunho ambiental, social e econômico.

Fonte: Graltec Treinamentos

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Uma Resposta

  • JOSÉ CARLOS CAPURUÇO
    jul 21, 2016

    Boa noite.
    Gostaria de obter mais informações sobre o tratamento de chorume nos aterros sanitários e as possibilidades de explorar este negócio, com a implantação de Estação de Tratamento.
    Grato.
    Atenciosamente

    JOSÉ CARLOS CAPURUÇO jul 21, 2016
    Responder

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