Setor produtivo une esforços para a implantação do georreferenciamento no parque cafeeiro do Brasil
Na quinta-feira, 14 de abril, foi realizada a 24ª reunião do Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento (CDPD) do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC). Na oportunidade, representantes da cadeia produtiva (CNC, CNA, Abic, CeCafé e Fundação Procafé) e do Governo Federal discutiram estratégias para viabilizar o andamento de uma demanda antiga, o aprimoramento das estatísticas oficiais brasileiras através do georreferenciamento do parque.
Em reunião prévia realizada na sede do CNC, em Brasília (DF), o setor definiu o escopo necessário para o primeiro passo no sentido da implantação do sistema de monitoramento do parque cafeeiro, o qual incluirá: (I) mapeamento do cinturão produtor com base em imagens; (II) levantamento dos pontos de dúvida e validação do mapa em campo; e (III) validação estatística do mapeamento.
O produto a ser gerado deve conter:
a) mapas temáticos digitais, por município, dos cafezais em produção e formação, estratificados por arábica e conilon, para os Estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná, Rondônia, Goiás e Distrito Federal;
b) caracterização do parque cafeeiro com relação à altitude, à declividade e à face de exposição;
c) criação e disponibilização de banco de dados espacial, com acesso pelos contratantes;
(d) atualização periódica do mapeamento.
A reunião contou com a participação do assessor especial para o café da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Niwton Castro Moraes, que informou aos presentes sobre o andamento do projeto de mapeamento do parque cafeeiro mineiro, que tem previsão para ser concluído em 2017.
No CDPC, a proposta do setor privado foi acatada e definiu-se, como encaminhamento, que a cadeia produtiva, com o apoio da Embrapa Café, criará um termo de referência para apresentação de projetos por instituições com experiência comprovada em georreferenciamento de culturas agrícolas, em especial as perenes. Com isso, será criada uma base de comparação para análise das propostas a serem apresentadas, cuja avaliação ocorrerá no âmbito do Comitê.
Os próximos passos serão a seleção da melhor proposta, definição do financiamento e aprovação pelo CDPC, onde serão estipuladas as diretrizes para o começo, de fato, da implementação do georreferenciamento no parque cafeeiro do Brasil, o que contribuirá para gerar mais credibilidade ao sistema estatístico de nossa cafeicultura.
SIMCAFÉ — Também na quinta-feira, o presidente executivo do CNC, Silas Brasileiro, participou da oitava edição do Simpósio do Agronegócio Café da Alta Mogiana (Simcafé), o principal evento da cafeicultura nessa região paulista, que é realizado, em Franca (SP), pela nossa associada Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec).
O presidente do Conselho Nacional do Café ministrou palestra a respeito das “Políticas públicas para defesa e desenvolvimento da cafeicultura promovidas pelo CNC”, apresentando os trabalhos que são realizados pela entidade em prol de uma atividade cada vez mais sustentável em seu tripé ambiental, social e econômico, principalmente no que diz respeito aos produtores.
Entendemos que o Simcafé vem em uma crescente muito significativa e já se consolidou como o maior evento da principal região produtora do Estado de São Paulo. Sua intenção de unir difusão de conhecimento à exposição de produtos e excelentes opções de compra foi uma combinação completamente acertada e gerou crescimento em público e receita.
O CNC enaltece e parabeniza a Cocapec pelo trabalho realizado na busca por melhorias a seus associados e aos atores da cadeia café das regiões onde atua e endossa as palavras de esperança do presidente da cooperativa e coordenador do Conselho, Maurício Miarelli, pois também acreditamos na força do cooperativismo e que uma boa safra está por vir na região, após o enfrentamento de colheitas difíceis em função das adversidades climáticas nos dois anos anteriores.
MERCADO — Os contratos futuros do café arábica recuperaram parte das perdas acumuladas na semana anterior, recebendo sustentação de compras realizadas pelos operadores comerciais e da ausência de vendedores.
Segundo analistas, os fundos de investimento menos comprados também podem favorecer a sustentação dos preços. Por outro lado, algumas consultorias apontaram que o desempenho do real segue como a principal variável para as cotações cafeeiras.
Na semana, o dólar comercial recuou 3,35% frente à moeda nacional, ficando cotado a R$ 3,476. Na Bolsa de Nova York, o vencimento maio/2016 do Contrato “C” avançou 270 pontos, finalizando o pregão de ontem a US$ 1,2315 por libra-peso. Na ICE Futures Europe, o vencimento maio do café robusta fechou a US$ 1.523 por tonelada, com ganhos semanais de US$ 10.
Como ocorrido nas semanas recentes, o mercado físico brasileiro permaneceu travado. Mesmo com a recuperação dos preços internacionais, as cotações internas não evoluíram significativamente devido ao câmbio. O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para os cafés arábica e robusta fechou a quinta-feira a R$ 465,86 por saca e a R$ 376,52 por saca, respectivamente, com variações semanais de +0,4% e -0,8%.
A instituição também sinalizou a redução entre os diferenciais dessas variedades. Ontem, o arábica valia R$ 89,34 a mais que o conilon e, conforme os pesquisadores do Cepea, essa diferença pode se estreitar ainda mais, uma vez que “a produção de robusta deve ser pequena, ao passo que a de arábica deve se recuperar”.
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Fonte: Geo Direito