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A oportunidade por trás dos desafios no Brasil

A oportunidade por trás dos desafios no Brasil

Nos dias 22 e 23 de Abril , tive a oportunidade de participar da Brazil Conference 2016, evento realizado em Boston, pela Universidade Harvard e o Massachusetts Institute of Technology (MIT). O evento tinha como proposta discutir o futuro do Brasil e seu papel no mundo, então, era coerente que o empreendedorismo ganhasse grande espaço na discussão.

No palco encontravam-se nomes relevantes desse contexto, como Jorge Paulo Lemann e Abílio Diniz; na platéia, uma geração seduzida pela proposta do evento: “encontrar caminhos e promover ações que solucionassem os problemas mais urgentes do país e que o impedem de atingir uma posição de destaque no cenário global.”

O debate foi organizado em torno de quatro eixos: “melhorar a vida das pessoas”; “identificar o papel do Brasil na agenda internacional”; “construir as instituições de base para esse desenvolvimento” e “inovação, criatividade e tecnologia para transformar a realidade da população”. Nenhuma dessas questões permite uma única resposta. Por isso, mais do que apresentar a Geekie, fui pra lá com a missão de representar o empreendedorismo social. A história que contei em meu painel, portanto, não é receita de bolo, mas acreditamos que pode ser inspiração.

Empreendemos a Geekie com o objetivo de contribuir para a resposta de um desafio público: democratizar a educação de qualidade. Se admitimos que duas pessoas não aprendem do mesmo jeito, então por que acreditamos que é suficiente ensinarmos todos da mesma forma? É desse questionamento que surge a ideia para a criação de nossas plataformas de ensino personalizado, que, em muitos casos, já tem sido um diferencial para um aluno de Ensino Médio entrar ou não na universidade – uma instituição que apenas na última década começou a se popularizar no país.

Pela primeira vez em um evento, tive a oportunidade de apresentar o case  “Hora do Enem”, uma iniciativa do Ministério da Educação que selecionou a Geekie como solução oficial de preparação para o Enem. Uma de nossos aplicativos – o Geekie Games – está sendo oferecido pelo SESI, parceiro do projeto, de forma gratuita para todos os alunos do último ano do ensino médio brasileiro. Lançado no início de abril, o portal Hora do Enem já contabiliza mais de 1,4 milhões de acessos.

A importância de uma rede colaborativa

A Geekie ajuda a resolver um problema latente na educação brasileira? Sim. Resolve todos eles? É claro que não. Melhorar a educação não é uma missão individual, até por que é pesada demais para que uma única iniciativa a carregue; mas, principalmente, porque existem vários caminhos possíveis.

É essencial construir uma rede de colaboradores, um sistema de apoio que pode inclusive pavimentar o sucesso, a sobrevivência ou o fracasso de um empreendimento.

Isso é especialmente verdadeiro na educação, área em que as coisas levam tempo para mudar. Essa rede não inclui somente outros empreendedores, mas também seu público-alvo, o qual deve ser participante ativo no desenvolvimento de suas soluções. Ele é seu ponto de partida, afinal, é quem tem o problema que você busca resolver e quem conhece os obstáculos da própria rotina – deixe que essa experiência traga insights durante toda a criação do produto.

É muito comum que empreendedores sociais, tipicamente idealistas, fiquem presos a um sonho e resistam a modificá-lo por pressões externas; entretanto, é inteligente se deixar moldar pelas demandas e construir soluções para necessidades reais. O resultado não precisa ser – e não será – perfeito, desde que, como meta, se aproxime mais e mais da realidade do usuário.

Empreender para fazer a diferença

Na Brazil Conference pude comprovar, mais uma vez, que há pessoas muito boas, qualificadas e preparadas buscando formas de ajudar o Brasil. Se passamos por um período de glamourização do empreendedorismo, observo que, agora, surge uma geração mais madura que aceita que é possível fazer o bem e ganhar dinheiro com isso. Não são objetivos excludentes, aliás, muito pelo contrário: Sem um modelo de negócios firme, fica difícil atingir aqueles que estão mais vulneráveis.

É se preocupando com cada centavo que o empreendedor conseguirá oferecer seu produto pelo menor preço possível, para que seja acessível para qualquer pessoa. Com essa cultura do empreendedorismo se fortalecendo e empreendimentos ganhando visibilidade, a tendência é que o número de projetos que visam impacto social cresça a passos largos.

Também confiro ao nosso momento político certo grau de responsabilidade por essa mudança. A instabilidade, ainda que assustadora, é um ambiente que faz proliferar a criatividade. Surgem pessoas dispostas a encontrar soluções alternativas àquelas pré-estabelecidas e é isso que observo acontecendo nesse momento: a própria sociedade se conscientizando de que pode ser agente de mudança, pode resolver os problemas que a afetam diariamente.

Aqui no Brasil, ainda nos prendemos à ideia de que o público “não é de ninguém”. O que está do lado de lá da minha porta não me diz respeito. O desafio é mostrar o espaço público como responsabilidade de todos: o coletivo é de cada um que o habita. Portanto, meu convite durante o evento foi para que mais gente se envolva na tarefa de melhorar a educação – sabendo que você não vai começar com um país inteiro, mas com a escola do seu bairro.

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Fonte: Pequenas Empresas e Grandes Negócios

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