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Após um ano e sete meses do desastre em Mariana/MG, ainda não há plano de recuperação das áreas atingidas

Após um ano e sete meses depois do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, ainda não há um plano de recuperação das áreas atingidas. Os planos apresentados pela Samarco, até agora, não foram aprovados pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e a população afetada pelo maior desastre ambiental do Brasil ainda sofre as consequências.

A barragem se rompeu no dia 5 de novembro de 2015, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e atingindo várias outras localidades. Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades do Leste de Minas Gerais e do Espírito Santo. O desastre ambiental, considerado sem precedentes no Brasil, deixou 19 mortos.

Em Barra Longa, uma das cidades atingidas, a praça foi reconstruída, mas a lama só mudou de lugar. O rejeito foi retirado de vários pontos e levado para o parque de exposições. São cerca de 30 mil m³ de rejeitos. O material começou a ser reaproveitado em obras no parque e no campo de futebol, mas o trabalho está atrasado.

“Foi identificado um bolsão de areia que impossibilitava a compactação, a segurança desse campo de futebol, então foi preciso retirar todo rejeito que tinha sido colocado”, afirmou o superintendente do Ibama em Minas, Marcelo Belizário.

Desde o ano passado, a Samarco vem apresentando planos de recuperação aos órgãos ambientais. O mais recente, que foi elaborado para o controle dos rejeitos pela Fundação Renova, responsável pela recuperação ambiental, também não foi aprovado e precisará de mudanças.

“A fundação Renova vai avaliar todas as considerações. (…) Tão logo seja aprovado o plano de manejo, a gente já tem condições de iniciar o trabalho”, garantiu a líder socioambiental da Fundação Renova, Juliana Bedoya.

Dos 43 milhões de m³ de lama que desceram da barragem, mais de 20 milhões ainda estão espalhados entre Mariana e a Usina Hidrelétrica de Candonga, que fica a 100 quilômetros, e continuam poluindo o Rio Doce e seus afluentes.

Uma das ações reprovadas foi o plantio de gramíneas nas margens dos rios, porque foi colocada uma tela e o plantio foi feito sem a retirada do rejeito. Por isso, o Ibama não reconhece o trabalho como recuperação ambiental.

“O plano abrange a questão de reabilitação de todas as áreas. Pelo menos ao que ela era antes, então uma área de floresta voltar a ser floresta, uma área de agricultura voltar a ser área de agricultura no mínimo com aquela fertilidade que tinha antes”, disse Belizário.

Das 23 multas aplicadas pelo Ibama, nenhuma foi paga até agora. A Samarco recorreu e elas estão sendo analisadas. Das 38 aplicadas pelo governo de Minas, só uma, no valor de R$ 127 milhões, está sendo paga, em 60 parcelas.

Em nota, a Samarco disse que “reafirma seu compromisso de cumprir com todos os programas de reparação, mitigação e compensação assumidos no Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC), firmado em março de 2016, com os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo”.

Sobre as multas a empresa informou que “há aspectos técnicos e jurídicos nas decisões que precisam ser reavaliados”.

Fonte: Ambiente Brasil

 

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