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Burocracia ambiental faz Minas perder R$ 10 bi em um ano

O professor de economia do Ibmec, Felipe Leroy, afirma que o desaparecimento desses R$ 10 bilhões do potencial de investimentos que o Estado poderia receber pode ser explicado por um cálculo simples. “Um investidor quer retorno e avalia os riscos. Se a burocracia institucional é muito forte, atrasando esse retorno, isso vai acabar fazendo-o desistir do negócio. Ele vai avaliar outros lugares e outras economias, onde não exista tanta morosidade”, destaca.

Entre as empresas que deixaram de investir no Estado estão as gigantes Vale e Holcim. De acordo com Leroy, o prejuízo dessa fuga de capitais é enorme. “O país tem quase 12 milhões de desempregados, sendo 10% em Minas. Num momento em que o Estado precisa arrecadar mais para honrar seus compromissos, se não tem investimentos, a produtividade é baixa e deixa-se de gerar empregos”, ressalta Leroy. “Além da burocracia institucional, a imagem do Brasil piorou muito lá fora e isso acaba expulsando o capital estrangeiro, pois o governo altamente endividado não passa confiança de que honrará seus compromissos”, analisa.

Licenciamentos

No mesmo período dessa retração dos protocolos de intenção, o volume de pedidos de licenciamento ambiental na Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais (Semad) subiu de 2.800 para 3.339. Ao contrário do que possa parecer, tal aumento não está relacionado a maior interesse em investir no Estado, mas sim na necessidade de vender ativos.

O subsecretário de regularização ambiental, Anderson Silva de Aguilar, explica que do ano passado para cá, o cenário político federal teve muitas variações, o que fez com que os investidores, principalmente os internacionais, sentissem um desconforto para aplicar recursos no Brasil. “Isso afetou principalmente São Paulo e Minas Gerais. Para alguns, a crise gera oportunidade para investir, por isso, muitas empresas buscam regularizar a situação para vender ativos. É como uma casa que vale um preço sem o habite-se, mas, com ele, o valor pode até dobrar”, avalia.

Ele destaca que, se a oferta desses ativos está crescendo, algumas empresas que tinham intenção de investir em seus próprios projetos podem preferir comprar o que já está pronto. “Para construir, o investimento é alto e o retorno pode demorar e alguns preferem comprar e economizar”, analisa.

burocracia ambiental

Fonte: O Tempo

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